O mercado jurídico mudou muito pouco a sua forma de trabalho desde o século passado, porém, com a evolução cada vez em maior velocidade da tecnologia este tem evoluído nos últimos anos de forma mais impactante.
Um dos frutos dessa situação é a facilitação das contratações realizadas no ambiente virtual que abriram inúmeras portas para o empreendedorismo com a criação e utilização de soluções tecnológicas inovadoras em todos os mercados.
Tudo evoluiu muito desde seu início: a forma de se comunicar, a forma de se locomover, a forma de se absorver o conhecimento, e com o Direito não foi diferente, este também foi altamente impactado pelas tecnologias que passaram a facilitar o trabalho do profissional, que não mais precisa lidar com questões estritamente operacionais e pode dedicar-se ao seu trabalho intelectual.
As primeiras evoluções tecnológicas que impactaram o Direito foram:
- das manifestações escritas à mão às digitadas nos computadores;
- dos livros aos e-books;
- do acesso às jurisprudências que hoje são realizadas em buscadores automatizados nos portais de internet dos tribunais;
- dos processos físicos aos eletrônicos;
- das consultas ao Diário Oficial no jornal impresso ao online, dentre outras.p
Porém, nos últimos anos surgiram tecnologias disruptivas que passaram a ser aplicadas no mercado jurídico, tais como:
- automação de documentos, com a elaboração de contratos e peças processuais por meio de Inteligência Artificial;
- jurimetria, aplicação de estatística ao judiciário ou ao direito em geral;
- mediação online;
- entrega e análise de movimentações processuais por meio de Inteligência Artificial, dentre tantas outras.
Nesse cenário revolucionado, os cursos jurídicos têm um grande e necessário desafio: adequar-se às soluções tecnológicas. Há a necessidade de preparar os estudantes de cursos jurídicos para que os egressos sejam capazes de dominar e lidar com as tecnologias existentes, preparando os profissionais para essa nova realidade.
O profissional do Direito tem hoje à sua disposição um leque muito maior de atuação do que já existia há décadas atrás. Não há mais a necessidade de ater-se à advocacia ou aos concursos jurídicos; ele pode se dedicar a ser um facilitador do trabalho de outros profissionais do Direito, gerando eficiência ao trabalho destes através da tecnologia.
E é aí que surgem as chamadas lawtechs ou legaltechs, startups que lidam com a tecnologia no meio jurídico.
As lawtechs são empresas inovadoras de base tecnológica com soluções direcionadas para as dores do mercado jurídico, que são muitas. Tais empresas de base tecnológica, direcionadas ao mercado jurídico, são responsáveis pela tecnologia que chega ao meio jurídico, tais como as citadas anteriormente.
Os profissionais do meio jurídico precisam estar preparados para o mundo 4.0, conectados com a quarta revolução industrial e preparados para as demandas do mercado. Mesmo que o profissional egresso do curso de Direito não queira ser um empreendedor em uma lawtech, ele necessitará estar antenado com essa realidade para que seja absorvido pelo mercado e logre êxito em sua vida profissional.
O Direito e a Tecnologia são, já há algum tempo, extremamente conectados e aquele profissional que não se atentar à essa nova realidade certamente encontrará dificuldades.
Lorena Lage / Robert Oliveira